O discurso é de acreditar até o fim, mas, internamente, a diretoria do Botafogo já trata como iminente o terceiro rebaixamento da história do clube. Com 98% de chances de ir para a Série B, o Alvinegro já planeja a temporada de 2021 contando com o descenso no Brasileirão.
E este não é o maior problema. Isso porque a queda de divisão cortará grande parte do dinheiro recebido pelo clube para disputar a competição nacional - fora as consequências, como perdas de patrocínio e outros prejuízos. Estima-se, no total, um déficit operacional de mais de R$ 120 milhões.
Outro problema grave é a estagnação na S/A. O projeto para virar clube-empresa acabou ficando de lado diante de todos os problemas desta temporada. Além disso, Laércio Paiva, nome que estava à frente da captação de recursos e parceiros, deixou o projeto.
Dentro de campo, o problema, além do financeiro, é o tempo. O Campeonato Carioca começa apenas quatro dias depois do encerramento do Brasileirão. Desta forma, não há tempo hábil para montar um planejamento e reformular o elenco.
A intenção é jogar o Estadual com os jogadores que já possuem contrato até o fim do ano e, enquanto isso, buscar peças específicas para a disputa da Segunda Divisão. O mapeamento de mercado se faz fundamental, já que é uma missão específica e o clube praticamente não terá dinheiro para se reforçar.
Por outro lado, as primeiras fases da Copa do Brasil, tão fundamentais para o clube devido às premiações, necessárias para manter o clube funcionando, também serão disputadas nos primeiros meses da nova temporada. A margem de erro será mínima.
Com a missão de retornar à elite no fim de 2021, o exemplo negativo é o Cruzeiro - que não se planejou adequadamente, também em meio à crise financeira, e está no meio da tabela a poucas rodadas do fim da Série B.
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